sexta-feira, 10 de abril de 2009

Futuras refeições de bactérias, uní-vos!


Uma questão existencial que me acompanhou e, porque não dizer, me incomodou durante minha perdida juventudade foi a inevitabilidade da morte. Ficava louco de pensar como esse processo obscuro e via de regra triste não me dava escapatória, nem a mim e nem a niguém. Hoje vejo a morte de forma diferente. Pode-se dizer que é um fato que iguala todos os seres (humanos?). Seja rico, pobre, branco, negro, cristão ou budista, todos com certeza (?) morrerão. Isso é bonito, lindo, comunista até....
Mas agente tem que saber a utilizar o grande benefício da morte. É o fim de tudo. Ok ok ok... isso não é um texto sobre religião, então estou descartando aqui vida após a morte - se existe ou não, não é essa discussão.
Eu ando (todos nós) tão preocupado com a família, com a faculdade, com a carreira, com esse cliente, com aquele projeto. Mas sejamos francos, quaisquer que sejam minhas decisões e atitudes em relação à todos esse fatores, o fato é que no fim, no indesejável fim, nada disso vai importar.
Muitas vezes as decisões que nós temos que tomar envolvem riscos. Não quer se perder o que foi conquistado. Mas o fato é que nada está realmente conquistado. E não importa o quão "corretas" sejam as minhas decisões. No final, o cara que fez tudo errado e só quebrou a cara vai pro mesmo lugar que eu. Não estou dizendo que prefiro fazer tudo errado. Estou dizendo que prefiro arriscar. De que vale dizer que você nunca perdeu uma batalha se nunca foi pra guerra? Também não alcançou vitórias, zé mané! Não quero que minha biografia se pareça com um manual de rádio-relógio. Quero, com certeza, algo mais emocionante e imprevisível.
Então convido todos a sairem dessa inércia, apresentarem-se pra vida e arricarem-se. Infelizmente todas nossas alegrias serão esquecidas, mas por sorte, nossos erros também. Me arrenpender de ter feito é algo eu aceito, não posso aceitar o arrenpendimento de não tê-lo feito.

Enfim, futuras refeições de micro-organismos, uní-vos em prol da vida!

Um comentário:

  1. bonito texto... eu até extrapolaria um pouco dizendo q não é só porque vamos morrer q temos este benefício... temos o benefício porque tudo q se pode dizer a respeito de nós são meras idealizações: ser uma pessoa, um ser vivo, um ente... até mesmo dizer q somos folhas no vento já seria demais, pois ser uma folha já é alguma coisa... sei q isso soa meio niilista, mas é importante para nos lembrarmos q as responsabilidades q nos são atribuidas são meras "ideologias de dominação", segundo o saudoso balan... não precisamos provar nada a ninguém, porque realmente não precisamos.

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